Outro dia eu estava vendo Os Delírios de Consumo de Becky Bloom e esse filme (que eu amo) me inspirou a escrever esse texto. Então por favor amigas, leem com muito carinho.
As revistas sempre mostram looks perfeitos em que você se imagina vestindo-os e sendo a mulher mais linda do mundo. Porém quando você vê as letrinhas pequenas no canto, vê o quão caro são as roupas e isto está totalmente fora do seu alcance, além do fato de que o maquiador e o cabeleireiro deixaram a modelo mais bonita... E não podemos esquecer do queridinho photoshop. A partir daí a magia começa a acabar e você começa a perceber toda a mentira das revistas.
Não vou mentir para vocês amigas, eu adoro revistas de moda... Adoro ver The Runaway. Mas eu não consigo suportar todo esse estereótipo de que apenas as modelos são bonitas, ou que apenas roupas de marca (com muitos dígitos) estão na moda, ou que você deve seguir todas as tendências. Eu realmente não sei quem criou esse universo de clichês, e muito menos sei quem impôs isso. Mas não é porque os outdoors estampam isso na nossa cara que devemos abaixar a cabeça e obedecer.
Já li matérias de revistas em que pensei: “nunca usarei isso na rua, é ridículo” ou “se eu comprar esse blazer não pago minhas contas”. Porém quando o universo da perfeição é mostrado, só são ditos os pontos positivos e não aqueles negativos que costumam ser a maioria. E as pessoas só afundam a sua autoestima e a si mesmo, como acontece com a Rebeca no filme.
O que realmente falta, é alguém desse universo fashion que realmente saiba compreender as mulheres... Mas mulheres de verdade, aquelas mulheres urbanas que trabalham e sustentam a casa, ou cuidam de filhos ou estudam! Mulheres que querem vestir-se e sentir-se bem com o seu corpo e sem gastar seu salário em um vestido preto simples mas que está com mais três zeros porque numa etiqueta pequena está escrito “YSL”.
Eu sou o tipo de mulher que só segue uma tendência porque realmente gostou, que tenta ao máximo aceitar seu corpo que possui suas perfeições e defeitos (como todo corpo), que adora os cabelos e olhos castanhos, que não se importa por comprar uma calça em uma loja comum, uma mulher que quer tentar parecer com ela mesma... E não com bonecas de plásticos.
Vamos mostrar ao mundo quem somos, e eu não quem eles querem que nós sejamos!
Kamila Marques
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